sábado, 13 de março de 2010

Massacre de São Bartolomeu

Começou em 24/08/1592 na França, durou meses e vitimou entre 30 mil e 100 mil protestantes, sendo 3 mil numa única noite em Paris.
2 anos antes a rainha Catarina de Médici tinha oferecido trégua aos "crentes".

Antes da reforma protestante o catolicismo era imposto pela força na Europa e o papa tomava decisões reconhecidas como sagradas. Entretanto o papado da época estava mais preocupado em usar indevidamente o dinheiro das ofertas, vender materiais sagrados e até cargos eclesiásticos - revoltando a população das camadas mais baixas.

A reforma protestante buscava liberdade individual e coletiva e o luteranismo alcançou seu objetivo, o que diminuiu o poder político da igreja perante o Estado. Até o rei da Inglaterra Henrique VIII rompeu com a igreja e promoveu a reforma protestante em seu país (surgindo a igreja Anglicana).

Diante desse quadro é óbvio que a igreja precisava tomar providências...urgentes para manter a ordem e restabelecer seu poder no centro da Europa. Mas como fazer isso?

Simples. Muito simples. Catarina de Médici (que manipulava a todos) mãe do rei da França teve uma idéia "brillhante"...resolveu negociar sua filha Margot. Decidiu casar Henrique de Navarra (protestante que aspirava ao trono) com Margarida de Valois (católica e irmã do rei da França), com o pretexto de acalmar as hotilidades entre católicos e protestantes e fortalecer o poder de Carlos IX (22 anos, filho de Catarina e quem exercia o poder de direito) ao trono. Na verdade o casamento foi usado como isca para atrair os protestantes para uma cilada e mesmo com a hostilidade do povo francês tudo aconteceu como o previsto.

As coisas começaram a desandar quando a mando da rainha mãe um agente católico tentou matar o líder huguenote (modo depreciativo que os católicos chamavam os protestantes) Gaspard de Coligny (conselheiro do rei Carlos IX) por que ele exercia grande influência no rei. A tentativa foi frustava mas bastou para enfurecer os protestantes que tinham apoio da rainha de Navarra Joana d´Albret, de seu filho Henrique (que se tornará o rei futuro Henrique IV) e com a rainha protestante Elizabeth I da Inglaterra e seus correligionários de Londres.

Catarina não se desesperou nem quando percebeu que seu plano, digo que o casamento não parou as lutas religiosas e que Carlos IX ficou furioso quando descobriu a tentativa de assassinato, mandando inclusive confiscar todas as armas parisienses. Carlos instaurou ainda um inquérito para sabem quem...quem...quem foi que tramou a morte de Coligny e acabou descobrindo que era mamãe!

Burguesia e baixa realeza começam a exigir uma punição exemplar para os culpados e a coisa complica de vez.
Os huguenotes foram agrupados na rua Béthisy para "garantir-lhes" segurança e na manhã de 23 de agosto com os huguenotes encurralados e com medo de represálias por parte dos católicos houve muita discussão e inquietude gerando diversas especulações no reino.

Desconfiados dos 2 lados, pressionados ambas as cortes estão apavoradas em perder poder, Carlos IX acaba sucumbindo e dá a ordem fatal: Matai! Matai,todos!

E assim aconteceu. Ao raiar do dia 24 de agosto, o rei convoca Henrique de Navarra e Condé, ambos príncipes de sangue, e os intima a escolher entre a abjuração e a morte. Do lado de fora, os cavalheiros de seus séquitos são desarmados e massacrados. Os que tentam escapar são caçados como animais.
Nos pátios do palácio, abate-se tudo que seja huguenote. Soa o rebate em Saint-Germain l’Auxerrois. Os sinos graves de Notre Dame e de todos os relógios de Paris respondem. O sinal está dado. Rua de Béthisy, os acólitos do duque de Guise acabam de assassinar o almirante e de jogar seu corpo pela janela.


Nas ruas se formaram várias procissões alegres agradecendo a deus pelo extermínio dos hereges e pela liquidação dos malditos. Os sinos de Roma foram soados também, o papa estava muito feliz pela vitória católica e da coroa francesa sobre a corrente protestante.


Não foi o primeiro nem o último ataque massivo aos protestantes franceses.

* Alexandre Dumas relatou o fato em seu livro - A Rainha Margot, romance de 1845, entretanto Dumas inseriu tons de romance e aventuras em seu texto.

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