sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O vigor da crença

Ao ler a notícia abaixo achei que fosse piada de algum imbecil.


Depois de verificar surpreendentemente não se trata de piada, é real.
O que dizer à respeito? Para um Cristão a resposta é: Claro islamicos são todos loucos!

Para um islamico a resposta é: Foi feita a vontade do livro sagrado Alcorão -

Os homens têm autoridade sobre as mulheres, pelo que Allah preferiu alguns a outros, e pelo que despendem de suas riquezas. Então, as íntegras são devotas, custódias da honra, na ausência dos maridos. E àquelas de quem temeis a desobediência, exortai-as, pois, e abandonai-as no leito, e batei-lhes…


Sura 4:34

Eu digo que: Não canso de me espantar com a reação, sem limites, a que as pessoas são levadas por suas convicções religiosas. E isso me faz achar que um pouco de dúvida não faz mal a ninguém. Aos messias e seus seguidores, prefiro os homens tolerantes, para quem as verdades são provisórias, fruto mais do consenso que de certezas inquestionáveis.

Tenho certeza que todos nós temos opinião formada sobre este assunto - se somos culturais, abastecidos de conhecimento não aceitaremos esse tipo de fanatismo sem fundamento. A civilização só se desenvolveu por causa dos nossos sentimentos e valores.

Em todas as religiões, Deus significa amor, justiça, fraternidade, igualdade e salvação. Não obstante, pode o amor a Deus, a fé na sua palavra, empurrar seres humanos para a intolerância e para o ódio entre seus pares? A história provou por diversas vezes que sim.



A notícia veio de Portugal -

Uma adolescente do Bangladesh foi condenada a 101 chicotadas por ter engravidado na sequência de uma violação. Essa pena, decorrente da lei islâmica em vigor, foi decidida pelos anciãos da sua aldeia, os quais ilibaram o violador.


A rapariga de 16 anos ia a caminho do liceu quando foi violada por Enamul Mia, de 20 anos, em Abril. A sua família chegou a combinar um casamento com um homem de outra aldeia, mas a união foi desfeita quando se verificou que ela já estava grávida de seis meses.


O castigo foi aplicado pelo líder da aldeia e a rapariga, que entretanto fez um aborto, acabou por perder os sentidos com as dores, forçando uma interrupção de duas horas.


O pai da vítima também foi obrigado a pagar uma multa à aldeia para evitar ser ostracizado pelo resto da comunidade.


Activistas de organizações de Direitos Humanos do Bangladesh já foram à aldeia e um responsável da polícia garantiu que irá investigar a ocorrência se alguém apresentar queixa.