quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Cultura do Medo

Medo:
do dicionário - receio, terror, susto.


O medo ronda a cabeça do homem desde os tempos primitivos. Medo das doenças, dos animais selvagens, da fome, da morte. Para se livrar de tais sortilégios era comum serem oferecidos aos Deuses sacrifícios que deixariam satisfeitas as entidades divinas e por esta razão não haveria razão para se sentir medo.


Mas o início da era cristã acabou com essa facilidade de comunicação entre homens e deuses. O medo passou a ser um importante argumento para levar um homem à religião.
Os cristãos inventaram  uma batalha cósmica entre o Bem (cristãos) e o Mal (judeus e romanos), atribuindo a estes últimos o facho da discórdia e a necessidade de vencê-los tanto na liturgia quanto nos momentos bélicos.


Daí a criação desde ser de muitos nomes e características que têm por finalidade amedrontar as pessoas que não se dizem fiéis à igreja.


A imagem do Diabo é bem interessante, ela foi elaborada à partir de várias imagens de deuses pagãos, ( não especificamente ligados à maldade) justamente para que este povo relacionasse tal demônio aos deuses que eram adorados na época medieval. Foi do Deus grego , dotado de chifres, rabo, cascos, orelhas e parte inferior do corpo peluda que se extraiu as principais imagens de Satã.


Para os cristãos era muito importante associar Satã ao mundo pagão, impuro e de adoração do mal, porque eles eram perseguidos e somente com a mudança de crença a religião se manteria viva. Não são poucos os casos em que o cristianismo demonizou seus concorrentes no campo religioso deixando claro a artimanha da igreja interagindo e esperando a ruína das outras religiões, usando uma entidade apavorante que representa toda a maldade, todos os vícios,  os pecados e os sofrimentos do mundo, para controlar os diversos povos que viviam dentro do decaído império Romano.


É interessante observar que no Velho Testamento não existe o conceito do mal de forma personificada, o deus do velho testamento não competia com ninguém, ele era autor de todas as coisas e Javé era responsável pelo mal. A partir do novo testamento houve a necessidade de se incorporar um ser maligno, ja que o Deus do novo testamento não inspira tanto temor quanto o do antigo.


Enquanto no velho testamento você deveria temer a Deus, no novo não é necessário ter medo porque Deus só faz as coisas boas e é o Diabo que assume todas as maldades e catástrofes do mundo. Essa visão dualista de poder ajudou a consolidar o papel e  a importância de cada Deus perante o povo pagão. A perfeição de Cristo era tão exaltada, que necessitava de um complemento psíquico para equilibrar a relação. Sendo assim, o poder do Diabo, do “Mal”, aumentou na mesma proporção em que o poder de Deus e do “Bem” cresceram.


Por isso o Diabo é tão importante e sem ele, Deus não teria tantos seguidores fiéis.  A crença em Deus é alimentada pelo temor nas forças das trevas, o que explica por que o Diabo passou a ser visto em Hereges (dissidentes de fé diversa), bruxas, cientistas, judeus (por receberem a culpa da prisão e condenação de Cristo, e por negarem que este seria o "Messias" anunciado no velho testamento, os judeus sempre foram perseguidos e associados ao Diabo) e, mais tarde, ciganos.


Graças a figura do Diabo a humanidade permitiu a Inquisição, o exorcismo, o banimento judeu, o desaparecimento de várias religes e deuses pagãos, a violência contra não cristãos(especialmente os habitantes das Américas), a morte de animais considerados diabólicos.


O Diabo triunfou na cultura ocidental.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Fui lar temporário por 1 dia

Sexta feira pela manhã - 23/04/2010.
Como toda sexta estou colocando o lixo para fora, daqui a pouco passa o lixeiro. Do lado da minha casa, na mesma calçada, tem um saco se movimentando, fiquei reparando,  cheguei perto e uma gatinha siamesa saiu do lixo, não tinha mais que 3 meses de vida, pele e osso.

Fiquei pasma! Olhei para os lados e não vi ninguém.
Quem será que fez uma monstruosidade dessas?

Ela estava comendo o lixo, bebendo água suja...olhão azul.
O que você faria?
Peguei a gatinha e levei para dentro. Tenho 3 gatos adultos e achei ela tão pequena em relação aos meus que comecei a chamá-la de Pequena.

Ela entrou em casa e foi correndo brincar com o meu sapato. Achei ela linda! Peguei no colo, reparei que estava tudo em ordem, que era menina mesmo, que não estava machucada etc.

O que fazer?
Coloquei ela no banheiro, dei ração, água fresquinha, separei uma caixa de areia para ela e fiquei parada...olhando.

Quem tem coragem de descartar uma vida dessa forma?
Toda vida é igual, toda vida tem valor.
Todo organismo que tem sistema nervoso sente o mesmo que você é capaz de sentir, dor, medo, fome, frio, alegria etc

Então por que Diabos alguém maltrata um ser vivo assim?
Porque seres humanos são tão egoístas e tão indiferentes?

Depois de ser jogada no lixo, a Pequena foi para uma casa segura.

Não porque sou a boazinha, por que é minha obrigação! Não custa nada acolher alguém necessitado. Mesmo que não seja "humano".


Ela foi alimentada. Foi levada ao veterinário para tomar a primeira dose da vacina felina. Tomou um belo banho para se livrar o cheirinho de lixo. Dormiu numa cama quentinha. Foi tratada das pulgas. Ganhou carinho e meu braço nem caiu.

Gastei dinheiro é verdade, mas salvei uma vida e por isso estou feliz. Fiz o que julguei ser o certo. Mesmo a família sendo terminantemente contrária a esta situação, engoli o choro e procurei ajuda de quem tem o coração puro.

A Pequena está bem, infelizmente ela não poderá ficar comigo,  já tem um lar, ainda não definitivo mas estou torcendo para que seja em breve.

Ela será castrada, coisa que acho ser de extrema importância para se evitar que tal cena se repita no futuro.
Se todos fizessem o mesmo uma vez na vida o mundo seria menos indiferente e com menos abandono. Mas se as pessoas abandonam seus filhos e pais o que esperar em relação aos animais.

Obrigada aos amigos que se propuseram a ajudar, ofereceram seus lares, ajuda financeira e ombro para as lágrimas, sem vcs não conseguiria fazer a minha obrigação que é não ser indiferente ao sofrimento alheio.

É isso o que procuro ensinar para a minha filha.

Boa sorte Pequena. Sua mãe temporária está com o coração apertado de saudade, mas está muito feliz por você estar viva, sadia e em segurança.

Apesar dos contras deu certo para nós duas.
TE AMO Querida! Eu e você merecemos!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Meu problema com Jesus

problema nº 1 - Nenhum pesquisador sério que se dedicou ao estudo do começo do cristianismo conseguiu provar a existência física e material dessa pessoa.
Muitos procuraram provas históricas e materiais e ninguém conseguiu nada.

problema nº 2 - A história de Jesus só é comprovada documentalmente por aqueles que tiveram interesse religioso na sua "vida" e deste modo a existência, a vida e principalmente a obra de Jesus carecem de prova indiscutível.

Os evangelhos não são documentos confiáveis. Assim é que, por falta de documentos verdadeiros e indiscutíveis, a existência de Jesus tem sido posta em dúvida desde os primeiros séculos desta era, apesar de ter a Igreja tentado destruir a tudo e a todos os que ousaram contestar os seus pontos de vista, os seus dogmas.

problema nº 3 - O Papa Pio XII, em 1955, falando para um Congresso Internacional de História em Roma, disse: “Para os cristãos, o problema da existência de Jesus Cristo concerne à fé, e não à história”. Se Jesus existiu realmente devemos entrar no contexto histórico da época de sua vida. Provavelmente ele foi analfabeto assim como seus discípulos, e com eles apenas repetiu os conceitos primários e subjugados pelo espírito de religiosidade judaica, sendo um dos povos mais atrasados de então, e na qualidade de cativos, por onde passaram, salvo exceções, sua convivência e ligações seria sempre com a gente inculta, primária e humilde. Assim é que, em vez de aprenderem ciências como astronomia, matemática, sua impressionante legislação, (com os Romanos) aprenderam as superstições do homem inculto e vulgar.

problema nº 4 - Na mitológica vida de Jesus o coitadinho foi traído e morto brutalmente por soldados romanos impiedosos, mas na realidade a cidade onde supostamente viveu este ser mágico, era dominada pelo Império Romano e portanto todos deveriam cumprir as leis e ritos ROMANOS. Se alguém vai contra a lei evidentemente praticou um crime e se praticou um crime deve ser punido.

Se Jesus realmente existiu ele praticou ato ilegal na visão do povo dominante e para dar exemplo aos demais, para que outros não desafiassem o Imperador ele foi morto em local público. Nada mais justo.


problema nº 5 - os milagres de Jesus são um grande problema para mim.
Curar doentes e transformar água em vinho, não são milagres.
Todo mundo já viu milhares de curandeiros que curam "doentes" e todos nós sabemos que isso é Charlatanismo.
Transfomar água em vinho é milagre? Qualquer mágico de 5º pode fazer um truque desses e nem por isso o cara é Deus. Preciso de uma prova irrefutável dos milagres desse pseudo Deus.

Se ele sabe todas as coisas ele poderia por exemplo, dar conhecimento ao povo pobre, faminto e humilde que habitou o local em que ele residiu.

Ele poderia ensinar a curar doenças provocadas por vírus e bactérias por exemplo, assim as pessoas seriam facilmente tratadas e curadas evitando-se milhares de mortes.
Poderia ensinar sobre nutrição e higiene o que evitaria doenças contagiosas que dizimaram por inúmeras vezes o planeta.

Ele poderia ensinar sobre ciências, assim as pessoas não se matariam por causa de supertições idiotas, as pessoas sofreriam muito menos com um pouco mais de conhecimento.

Ele poderia desencorajar as pessoas a terem escravos, assim milhões de pessoas não viveriam uma vida cheia de privações, só era preciso algumas palavras sobre isso.

Ele poderia promover a igualdade entre homens e mulhres, já que ele é Justo. Mas nada foi dito a respeito e até hoje 2000 anos depois as mulheres são consideradas inferiores.

Poderia ensinar o cultivo correto da terra para se conseguir mais comida, poderia transformar todo o deserto em área produtiva para amenizar tanta fome e tornar a vida das pessoas menos dolorosa e sacrificada.

Ele faria do mundo um lugar mais seguro, mais fértil, menos faminto e menos violento. Entretanto o bonitão achou melhor transformar água em vinho e cuspir nos deficientes e deixar o povo se lascar...francamente!

São muitos os problemas que tenho com esse deus.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

RUANDA

Era uma vez um país. Seus habitantes pensavam que eram iguais, pois tinham a mesma cor, falavam a mesma lingua, viviam e dependiam da mesma terra.

Mas a Bélgica tratou de estipular diferenças entre a população e para isso utilizou a Grande Ajuda da Igreja Católica (sempre ela), para destruir a nação.

Assim a Bélgica e a Igreja Católica tiveram um plano brilhante...separou a população por etnia, a minoria tutsi, foi educada, teve a saúde acompanhada, foi armada, teve os melhores empregos etc. A maioria hutu, exercia trabalho forçado, não eram educados, não tinham plano de saúde algum, enfim todas aquelas desgraças que sabemos de cor por que e como acontecem.

O que esperar de uma situação assim? O que vc acha que poderia acontecer?
Exatamente. A maioria se revoltou.

O rei foi assassinado, o governo foi desmantelado, a revolta tomou o poder e expulsou a minoria tutsi influente para países vizinhos.

Carnificina é pouco para descrever o Massacre.
Os hutus se mantinham no poder em Ruanda desde que se libertou do domínio belga em 1962 e sempre promoveram ataques à minoria tutsi; essa última, por sua vez, tentava sucessivamente tomar o poder através da Frente Patriótica Ruandense (FPR), exilada em Uganda.

O país precisava de reformas políticas e elas foram prometidas para acontecerem na década de 90.
Antes das reformas começarem, Ruanda enfrentou problemas climáticos e econômicos e a minoria que estava esperando um momento para contra atacar - Atacou.

E como desgraça pouca é bobagem o presidente Juvénal Habyarimana e Cyprien Ntaryamira, o presidente do Burundi, foram assassinados quando o seu avião foi atingido por fogo quando aterrisava em Kigali.

Durante os três meses seguintes, os militares e milícianos ligados ao antigo regime mataram cerca de 800.000 tutsis e hutus oposicionistas,(sim você leu certo 800 mil) naquilo que ficou conhecido como o Genocídio de Ruanda.


E o mundo nessa? E a ONU? EUA? a igreja?

Ninguém fez absolutamente nada. Ruanda que se dane!
Aliás a Onu fez sim...a Onu enviou cerca de 2.500 mil homens (a maioria belga) para assegurar negociações entre tutsis e hutus sem violência, mas quando as coisas fugiram do controle a Onu simplesmente ordenou a retirada da tropa. Enquanto isso a matança aumentava nas ruas.

Ao perceber a ruína para a qual a situação se encaminharia nos dias seguintes, o tenente general da ONU Sr. Dallaire solicitou o envio de apoio logístico e reforço de 2000 soldados. Com um efetivo de aproximadamente 4 mil soldados bem equipados, ele acreditava que poderia parar com as mortes.

Entretanto, o Conselho de Segurança da ONU recusou a proposta, uma vez que o presidente americano Bill Clinton se negou a enviar apoio após a morte de vários soldados americanos em Mogadíscio, na Somália, um ano antes. Além de não fornecer apoio material, o Conselho ainda votou pela redução do efetivo de Ruanda, que, pela nova proposta, contaria com menos de 260 homens.

Agora se 2.500 homens não eram suficientes...260 poderiam fazer o quê?

Neste momento, uma mente humana e bem preparada, pode fazer a diferença e o tenente-general fez.
Quem ficou com Dallaire pôde vivenciar, o Comandante alocar seu contingente de soldados do Canadá, Gana, Tunísia e Bangladesh nas áreas urbanas e se concentrar em defender áreas onde ele sabia que tutsis se escondiam. A equipe de Dallaire - incluindo observadores desarmados da ONU - se utilizou muitas vezes das credenciais das Nações Unidas para salvar tutsis, interrompendo ataques. As ações de Dallaire estão ligadas ao salvamento direto de aproximadamente 20 mil tutsis.

Conforme revelado nos testemunhos do Tribunal Internacional Criminal para Ruanda, o genocídio foi brutalmente eficiente: durou somente 100 dias e levou à morte entre 800 mil e 1.171.000 tutsis e hutus moderados. Mais de dois milhões de pessoas foram desalojadas dentro do país ou procuraram abrigo nas nações vizinhas.

O genocídio só terminou quando a FPR tomou o controle de Ruanda, em 18 de julho de 1994. Apesar disso, a recriminação, retribuição e perseguição criminal dos envolvidos continua até hoje.

Mais uma vez o mundo ficou indiferente.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Admirável mundo novo

Quando li este livro, fiquei tão chocada, tão boca aberta, tão embasbacada, que por um tempão analisava as "mensagens entre linhas" de Aldous Huxley.

O pré condicionamento biológico e psicológico do livro me afetou de tal maneira que simplesmente acredito ser perfeitamente possível que isso aconteça em breve.
Me vi refletindo sobre a condição humana e todo o “progresso” que a humanidade conquistou desde a Revolução Industrial até ontem a tarde.

Será que existe um limite para o desenvolvimento humano?
O que é cientificamente possível?
O que é viável?
O que é ético?

Até que ponto vc é senhor de si, em desfavor da sociedade?

No mundo novo de Huxley o primeiro a ser excluído é Deus. BRILHANTE.
Porque no mundo antigo muitos morreram por ele, portanto o mundo seria menos violente se deus simplesmente não existisse. No livro deu certo e no nosso também daria, só é preciso alguma determinação e um bom controle da população. Ponto para Huxley.

Controlar a sociedade é extremamente importante, condicionando a mente da população desde a concepção, evita-se a desordem e o questionamento das ações dos governantes. Isso é perfeitamente possível com a televisão no nosso mundinho, mas no livro é usada uma droga sintética "Soma". Ponto para Huxley

Agora imagina uma civilização de excessiva ordem.
No mundo novo não existe família. Os homens são gerados por um sistema de controle genético (predestinação), que condiciona a sua mente, que te domina e te afasta de qualquer pensamento revolucionário.

Não existe questionamentos ou dúvidas, nem conflitos, pois seus desejos e ansiedades são controlados quimicamente. Não existe liberdade de escolha.

Vc não escolhe a música que vai ouvir, o filme que vai ver, o esporte que vai praticar, a profissão que vai exercer, onde vai viver - tudo isso já foi decidido por alguém.

Quando Huxley profetizou no livro a superpopulação, a super-organização, à impessoalidade; e as várias formas de condicionamento humano, e em tão pouco tempo tudo isso se tornou real (lembrando que o livro foi escrito na década de 30), fico me questionando até quando a sociedade vai evitar esse modelo de sobrevida.

O futuro se torna aterrador.
Além da falta de alimentos e escassez de recursos naturais o autor preocupava-se com a desumanização que poderia transformar a humanidade em massa passiva nas mãos de “ditadores” e “ditaduras totalitárias”, uma afronta, para ele, aos regimes democráticos. Desculpa Huxley, mas isso aconteceu muito rápido e tão perfeitamente... vide Cuba, Venezuela, China etc.

Sinceramente acho possível o meu mundo se tornar o admirável mundo novo. Acho possível o controle da natalidade, o controle da fome, o controle de filosofias autoritárias, a divisão social em castas (as pessoas logo se acostumam e se conformam), o esquecimento dos valores atuais, em prol de uma sociedade melhor, menos violenta, mais equilibrada e até mais saudável.

Mas para isso, nós abririamos mão do livre pensar e para uma sociedade que está acostumada a pensar seria uma tortura não fazê-lo. A maioria das pessoas já não pensam sozinhas, isso é um excelente começo para o mundo novo.
O ser humano não é completamente sociável, muitos ainda trazem consigo conceitos primitivos de convivência em grupo. O ser humano é indiferente aos problemas não relacionados a sí mesmo, não se importa com questões que estão fora da sua responsabilidade, não se educa para culpar os outros dos seus fracassos.

E a comunicação entre nós, não se baseia em verdade ou mentira, mas sim no irreal. E isso já acontecia na época em que o livro foi escrito, pois nele encontramos a seguinte mensagem “as distrações ininterruptas da mais fascinante natureza são deliberadamente usadas como instrumentos de governo, com o objetivo de impedirem o povo de prestar demasiada atenção às realidades da situação social e política”.

Não paro de me questionar - "E o futuro?"
O futuro será o fim da nossa espécie. Estamos caminhando para isso. Mas Darwin já tinha avisado que seria assim. Menos mal.

* 1984 de George Orwell e Laranja Mecânica de Anthony Burguess
são igualmente chocantes e versam sobre o mesmo tema

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Richard Dawkins descreve deus assim:

O Deus do velho testamento é provavelmente o mais desagradável dos seres em toda ficção.

O ciúme e o orgulho do mesmo o leva a um mimado e imperdoável controle dos mais fracos, com evidente sede de sangue e desejo de limpeza racial.

Um machista, homofóbico, racista, infanticida, genocida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, caprichoso e malevolente fanfarrão.


Ah tá e quem é Richard Dawkins? bom se vc nunca ouviu falar dele provavelmente vc está alheio aos acontecimentos do mundo nos últimos 30 anos.

Dawkins é zoólogo, etólogo, evolucionista escritor de divulgação científica, além de professor da Universidade de Oxford.
Defende e divulga correntes como o ateísmo, ceticismo e humanismo. Também é um entusiasta do movimento bright e, como comentador de ciência, religião e política, um dos maiores intelectuais conhecidos no mundo.

Escreveu Deus - um delírio. Livro best seller na maior parte do mundo civilizado que através de fatos científicos, nos mostra sua idéia da inexistência de deus.

Leia Dawkins
Pense e reflita sobre suas idéias e comentários
Liberte-se você também

Irena Sendler

Quando a Alemanha Nazista invadiu a Polônia, Irena era enfermeira e trabalhava no Departamento do bem estar social em Varsóvia.

Com a criação do gueto em Varsóvia em 1942, num esforço unicamente seu, Irena conseguiu identificação do gabinete sanitário (primeiro para ela e sua amiga e mais tarde para outras companheiras) para verificar as condições de saúde dentro do gueto. Os alemães tinham medo de uma epidemia de tifo e por isso autorizavam as visitas das enfermeiras polacas.

Dentro do gueto Irena Sendler levava uma braçadeira com a estrela de David, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si própria. Entrou em contato com as famílias, a quem propôs levar os seus filhos para fora do gueto, mas não lhes podia dar garantias de êxito. Eram momentos extremamente difíceis, quando devia convencer os pais a que lhe entregassem os seus filhos e eles lhe perguntavam: "Podes prometer-me que o meu filho viverá?". Como prometer sobrevivência se ela nem mesmo sabia se conseguiria sair do gueto com a criança? Ela arriscou a vida para salvar 2.500 crianças e jovens da morte em quase 2 anos em que esteve atuando entre os muros da indiferença alemã e mundial.

Uma atitude individual. Porquê?

Muitas mães e avós eram reticentes na entrega das crianças, algo absolutamente compreensível, mas que viria a se tornar fatal para elas. Algumas vezes, quando Irena ou as suas companheiras voltavam a visitar as famílias para tentar fazê-las mudar de opinião, verificavam que todos tinham sido levados para os campos de concentração e para a morte.

Irena planejou diferentes formas para retirar as crianças, primeiro ela as recolhia como vítimas de tifo em ambulâncias, depois usou sacos de batata, cesto de lixo, caixas de mercadorias, caixões... Ela viveu os tempos da guerra esperando os tempos de paz e fez o que foi possível para que os sobreviventes após o conflito tivessem de volta seus nomes verdadeiros e suas identidades.

Os nazistas decobriram Irena em 1943. Ela foi presa e torturada, somente ela sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou-se a trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. A Gestapo quebrou suas pernas, seus pés, sua honra, mas não conseguiu quebrar sua determinação.

Foi condenada à morte.
Enquanto aguardava a execução um soldado alemão foi buscá-la para mais um interrogatório e ao sairem da cela gritou em polaco "Corra". Pessoas ligadas a Irena conseguiram deter a execução subornando os soldados alemães.

A maioria das famílias das crianças salvas foram mortas nos campos de concentração. As crianças foram cuidadas em diferentes orfanatos e aos poucos foram levadas para Israel e Palestina.

Quando sua foto saiu no jornal por uma premiação humanitária, Irena começou a receber inúmeros telefonemas dos sobreviventes em agradecimento e muitas ações públicas foram programadas.

Irena morreu em 12 de maio de 2008 com 98 anos.
Irena sozinha e por vontade própria salvou 2.500 pessoas da morte certa.
Por quê?

Ela um dia disse:
"A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade". - Irena Sendler

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Esquecendo Deus

Minha família nunca foi religiosa. Nunca.
Minha mãe sempre abominou a igreja. Fui batizada e só. Nada de 1º comunhão, crisma, casamento etc.

A culpa é dos meus pais? Não evidentemente. Me considero Ateu (sempre digo ateu por que atéia e muito feio), em parte por causa do Rock n'Roll e em parte por culpa da Biblia.

Quando eu gostava de uma música, queria saber a todo custo o que estava cantando. Na época não existia internet e as revistas "Letra Traduzidas" não traziam as minhas músicas preferidas - solução dicionário e caderninho.
Palvra por palavra, música por música aprendi sozinha a me virar ao pé da letra.

Ler a biblia é ótimo para vc perder a fé. Quanto mais se lê, menos se acredita.
O velho testamento arranca os olhos de qualquer um. Ele não é justo, não é piedoso e não é amor como diz certa igreja.

Comecei lendo o Apocalipse, depois fui para o Genesis e Jó, Noé, Sodoma Gomorra etc.
Depois fui ler História, guerras, mitologia greco-romana, povos antigos, enfim uma coisa leva à outra.
A música por sua vez te conta coisas, te mostra lugares e pessoas, te convida a pensar. E quanto mais se pensa menos se crê.

Aprendi muito com a música. Procurei ler os livros que inspiraram as canções.
E Deus ficou para trás.

Difícil mesmo é a pessoa me respeitar por isso. Ser ateu não é ser psicopata como a maioria acredita. Nunca obriguei ninguém a ser como eu. Nunca fiz piada da crença de ninguém, gosto de aprender sobre religiões, acho bonito os deuses hindus, vejo o budismo como algo realmente especial para seus seguidores, mas infelizmente os crentes não me tratam com respeito.

Querem me converter, me chamam de ser das trevas, "rezam" pela minha pobre alma, riem quando por educação vou a uma celebração religiosa de algum amigo, querem interferir na educação da minha única filha.
Os crentes são agressivos e intolerantes como sempre, mas por quê eles podem entupir meu email de porcaria e eu não posso repassar um email que eu li e achei interessante?
Por quê eles podem pedir orações, novenas, correntes de fé, perdão pelos pecados do mundo e eu não posso dizer que na Minha opinião nada disso faz sentido.

Só eu não posso? Só eu tenho que engolir a opinião alheia? Só eu tenho que ceder? PORQUÊ?

Não podemos discutir religião? Porquê? Porque eu não respeito certas idéias? E as minhas, são respeitadas?

Esquecer Deus é pensar sozinha, é ter opinião própria, é não se influenciar, é estar preparada para o fim, sem medo de não haver segunda chance...porque não haverá 2º chance.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Intolerância

Prometi que não falaria nada sobre o assunto Santos e casa espírita.
Mas foram tantas as criticas sem razão que resolvi "pensar" sobre o assunto.

Primeiro - Ser religioso é ser intolerante. Quem foi que falou que religião está ligada à tolerância? QUEM? QUEM? QUEM?

Se a religião permitisse a tolerância entre as pessoas, não existiria a inquisição, as guerras santas, Árabes matando cristãos, cristãos matando judeus, judeus matando árabes, cristão se matando...

A Biblia não é tolerante. Deus não é tolerante!

Senão:
No Gênesis
Deus mata todo mundo (homens, mulheres e crianças) em Sodoma e Gomorra fazendo "chover enxofre e fogo." Bem, quase todo o mundo - ele poupa Ló o "justo", e sua família. [19:24] Cadê a tolerância?

A mulher de Ló (sem nome) olha para trás, e Deus a transforma numa estátua de sal. [19:26] - Calma aí Deusão! não pode nem olhara para trás?

Êxodo
Deus matará as crianças egípcias para mostrar que ele faz "diferença entre os egípcios e os israelitas." [11:7] - Bem tolerante!

Deus favorece aos israelitas acima de todas as pessoas. [19:5]

Não permita que outros adorem um deus diferente. Destrua todos os seus altares e imagens. [23:24]

Levitico
Atos homossexuais são uma abominação a Deus. [18:22]

Pessoas com deformidades não podem chegar-se ao altar de Deus. Eles o profanariam.
[21:16-23]


Só para começar. Deus não está nem aí para a tolerância, então porque o Abobalhado do Robinho tem que ser tolerante?

Tá certo que foi muita palhaçada ir até uma casa espírita para distribuir ovos de páscoa para crianças com paralisia cerebral e simplesmente se recusar a entrar por que "era coisa do Diabo".

Mas se fosse um evangélico comum, que costumam fazer essas coisas com frequência, ninguém ia sequer saber, mas não foi o "Bobinho". Ele tem que dar exemplo.
Exemplo de quê? De como ser idiota?
De como a religião denigre a mente de qualquer ser.
De como boate e noitada não tem nada a ver com boa ação independente de crença?

O Robinho tá fazendo o papel dele. Pessoa Intolerante como todo religioso.

Deus tá orgulhoso de vc! É exatamente assim que se faz!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sunday Blood Sunday

Na Irlanda a maioria da população é protestante que apóiam o domínio britânico sobre a ilha. A minoria é católica, que lutam pelo fim da dominação inglesa.

No século 19 a Irlanda foi oficialmente incorporada à Grã-Bretanha através da assinatura do Union Act. Entre os nacionalistas surgiu um movimento de resistência que resultou no Estado Livre da Irlanda em 1922. Entretanto o lado norte da ilha (protestante)permaneceu sob o comando do Reino Unido.

Em 1969 - o governo britânico ocupou militarmente o lado norte da Irlanda e dissolveu o parlamento de Belfast.
Em 1972 - uma dezena de jovens católicos morreram em Derry no Domingo Sangrento.

Em 30 de janeiro de 1972, o 1º Batalhão do Regimento de Paraquedistas do exército Britânico, dissolveu à bala uma manifestação pacifica a favor dos direitos civis e contra o governo da Irlanda do Norte. Tudo por que o governo sumariamente prendia pessoa por suspeita de atos terroristas. Política essa dirigida especialmente contra o Exército Republicano Irlandês (IRA) - organização clandestina que luta pela separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e posterior incorporação à Republica da Irlanda.

Das 13 vitimas mortais, 6 eram menores de idade. Todas as vitimas estavam desarmadas e 5 delas foram alvejadas pelas costas.

Após o massacre o IRA recebeu inúmeros jovens como voluntários, dando força ainda maior à guerrilha armada.

Houve inquérito sobre o massacre e o Tribunal ilibou a maior parte dos soldados e das autoridades envolvidas.

* A reação artística mais conhecida sobre o evento é a canção Sunday Blood Sunday do U2, incluida no álbum War de 1983.
**John Lennon que tinha ascendência irlandesa gravou no ábum Some Time in New York City uma canção intitulada "Sunday Bloody Sunday", inspirado pelo incidente, assim como a canção "Luck of the Irish" (A sorte dos irlandeses), que tratou mais com o conflito irlandês em geral.
***Paul McCartney, (também de ascendência irlandesa) gravou "Give Ireland Back to the Irish" (Devolvam a Irlanda aos Irlandeses), expressando sua opinião sobre o assunto. Foi uma das poucas canções solo de McCartney de ser banida pela BBC.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A verdadeira Páscoa

Nesta época do ano na Europa, o gelo e a neve começam a desaparecer, as plantas começam a renascer e até os animais voltam a aparecer.

Terminou o inverno e comemora-se a época do renascimento da natureza. Tempo de plantar e cultivar os campos, do acasalamento dos animais e antigamente era época também de grandes festas, que celebravam o inicio de um novo ciclo de agricultura.

FESTAS PAGÃS.

Antes de semear a terra era de bom agrado pedir aos deuses uma terra fértil e uma boa colheita, caso contrário haveria fome no inverno. Essas festas eram muito importantes, estavam ligadas à continuidade natural da vida e ao renascimento da agricultura.

Lembrando que na Europa o inverno é rigoroso e que grande parte da população antiga dependia da colheita para sobreviver. Portanto era muito importante pedir e agradecer.

Com a expansão do cristianismo, a Igreja ao invés de tentar erradicar essas festas pagãs, que eram tão importantes e arraigadas aos costumes da população, ardilosamente optou por incorporá-las a sua liturgia.

Assim sugiu o feriado da Páscoa, que deveria coincidir com a celebração do início da primavera nas festas pagãs.
As adaptações feitas pela Igreja tiveram o cuidado de criar mitos que se ajustassem perfeitamente aos simbolos adorados nas festas pagãs. Por exemplo o renascimento da natureza virou o renascimento de Jesus e o jejum tomou o lugar dos rituais sexuais que representavam a fertilidade.

O povo pagão pouco ligava para as novas ordens clericais e mesmo proibidas as festas rolavam até acabar o vinho. Não adiantava simplesmente proibir o povão queria axé e muito amor livre.

Com as modificações do tema da festa todo mundo ficou feliz. O povo pagão continuou comemorando a chegada da primavera e a Igreja usurpou o conceito de passagem também festejado pelo povo.

*Na cultura judaica a festa da Páscoa (Pessach) também simboliza uma passagem, no caso da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida.

domingo, 4 de abril de 2010

SEM SAÍDA

E sua vida chegou ao fim do beco e não exite saída. O que fazer?
Vamos simplesmente desistir de viver.

E assim aconteceu milhares de vezes no mundo. Será que o sofrimento e a depressão são capazes de deixar alguém sem qualquer outra opção que não seja a morte?
Será que a psicose é desculpa para o suicidío? Drogas também são fatores suicidas.

Santos Dummont - aparentemente não suportou o ataque paulista ao governo de Vargas com seus aviões. Ele tinha 59 anos.

Camilo Castelo Branco - teve sifilis e ficou desesperado quando não podia mais trabalhar em virtude da cegueira que a doença acarretou. tinha 65 anos.

Tomas Chatterton - com apenas 17 anos Chatterton se matou por que apesar de ter muito talento como poeta, não suportou ter alguns de seus textos rejeitados por um jornal. Achou melhor tomar veneno.

Ian Curtis - Os efeitos da epilepsia, o divórcio conturbado e um caso extra-conjugal com a jornalista belga Annik Honoré, são as prováveis causas da decisão de Curtis de morrer aos 23 anos.

Kurt Cobain - Era famoso, tinha dinheiro, tinha admiradores, tinha uma banda cool, mas o medo da rejeição foi maior que tudo isso. Tinha 27 anos.

E quando a morte é por overdose, podemos considerar suicidío?
Janis?
Morrison?
Hendrix?
Scott?
Allan Wilson?
Moon?
Sid Vicious?
Tom Evans?

A morte é o fim dos problemas. Da solidão. Da doença. Da rejeição. Da dor.
Morrer é acabar.
Acabar é não mais sofrer.
A morte foi a solução para eles.