segunda-feira, 19 de abril de 2010

RUANDA

Era uma vez um país. Seus habitantes pensavam que eram iguais, pois tinham a mesma cor, falavam a mesma lingua, viviam e dependiam da mesma terra.

Mas a Bélgica tratou de estipular diferenças entre a população e para isso utilizou a Grande Ajuda da Igreja Católica (sempre ela), para destruir a nação.

Assim a Bélgica e a Igreja Católica tiveram um plano brilhante...separou a população por etnia, a minoria tutsi, foi educada, teve a saúde acompanhada, foi armada, teve os melhores empregos etc. A maioria hutu, exercia trabalho forçado, não eram educados, não tinham plano de saúde algum, enfim todas aquelas desgraças que sabemos de cor por que e como acontecem.

O que esperar de uma situação assim? O que vc acha que poderia acontecer?
Exatamente. A maioria se revoltou.

O rei foi assassinado, o governo foi desmantelado, a revolta tomou o poder e expulsou a minoria tutsi influente para países vizinhos.

Carnificina é pouco para descrever o Massacre.
Os hutus se mantinham no poder em Ruanda desde que se libertou do domínio belga em 1962 e sempre promoveram ataques à minoria tutsi; essa última, por sua vez, tentava sucessivamente tomar o poder através da Frente Patriótica Ruandense (FPR), exilada em Uganda.

O país precisava de reformas políticas e elas foram prometidas para acontecerem na década de 90.
Antes das reformas começarem, Ruanda enfrentou problemas climáticos e econômicos e a minoria que estava esperando um momento para contra atacar - Atacou.

E como desgraça pouca é bobagem o presidente Juvénal Habyarimana e Cyprien Ntaryamira, o presidente do Burundi, foram assassinados quando o seu avião foi atingido por fogo quando aterrisava em Kigali.

Durante os três meses seguintes, os militares e milícianos ligados ao antigo regime mataram cerca de 800.000 tutsis e hutus oposicionistas,(sim você leu certo 800 mil) naquilo que ficou conhecido como o Genocídio de Ruanda.


E o mundo nessa? E a ONU? EUA? a igreja?

Ninguém fez absolutamente nada. Ruanda que se dane!
Aliás a Onu fez sim...a Onu enviou cerca de 2.500 mil homens (a maioria belga) para assegurar negociações entre tutsis e hutus sem violência, mas quando as coisas fugiram do controle a Onu simplesmente ordenou a retirada da tropa. Enquanto isso a matança aumentava nas ruas.

Ao perceber a ruína para a qual a situação se encaminharia nos dias seguintes, o tenente general da ONU Sr. Dallaire solicitou o envio de apoio logístico e reforço de 2000 soldados. Com um efetivo de aproximadamente 4 mil soldados bem equipados, ele acreditava que poderia parar com as mortes.

Entretanto, o Conselho de Segurança da ONU recusou a proposta, uma vez que o presidente americano Bill Clinton se negou a enviar apoio após a morte de vários soldados americanos em Mogadíscio, na Somália, um ano antes. Além de não fornecer apoio material, o Conselho ainda votou pela redução do efetivo de Ruanda, que, pela nova proposta, contaria com menos de 260 homens.

Agora se 2.500 homens não eram suficientes...260 poderiam fazer o quê?

Neste momento, uma mente humana e bem preparada, pode fazer a diferença e o tenente-general fez.
Quem ficou com Dallaire pôde vivenciar, o Comandante alocar seu contingente de soldados do Canadá, Gana, Tunísia e Bangladesh nas áreas urbanas e se concentrar em defender áreas onde ele sabia que tutsis se escondiam. A equipe de Dallaire - incluindo observadores desarmados da ONU - se utilizou muitas vezes das credenciais das Nações Unidas para salvar tutsis, interrompendo ataques. As ações de Dallaire estão ligadas ao salvamento direto de aproximadamente 20 mil tutsis.

Conforme revelado nos testemunhos do Tribunal Internacional Criminal para Ruanda, o genocídio foi brutalmente eficiente: durou somente 100 dias e levou à morte entre 800 mil e 1.171.000 tutsis e hutus moderados. Mais de dois milhões de pessoas foram desalojadas dentro do país ou procuraram abrigo nas nações vizinhas.

O genocídio só terminou quando a FPR tomou o controle de Ruanda, em 18 de julho de 1994. Apesar disso, a recriminação, retribuição e perseguição criminal dos envolvidos continua até hoje.

Mais uma vez o mundo ficou indiferente.

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