segunda-feira, 12 de abril de 2010

Irena Sendler

Quando a Alemanha Nazista invadiu a Polônia, Irena era enfermeira e trabalhava no Departamento do bem estar social em Varsóvia.

Com a criação do gueto em Varsóvia em 1942, num esforço unicamente seu, Irena conseguiu identificação do gabinete sanitário (primeiro para ela e sua amiga e mais tarde para outras companheiras) para verificar as condições de saúde dentro do gueto. Os alemães tinham medo de uma epidemia de tifo e por isso autorizavam as visitas das enfermeiras polacas.

Dentro do gueto Irena Sendler levava uma braçadeira com a estrela de David, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si própria. Entrou em contato com as famílias, a quem propôs levar os seus filhos para fora do gueto, mas não lhes podia dar garantias de êxito. Eram momentos extremamente difíceis, quando devia convencer os pais a que lhe entregassem os seus filhos e eles lhe perguntavam: "Podes prometer-me que o meu filho viverá?". Como prometer sobrevivência se ela nem mesmo sabia se conseguiria sair do gueto com a criança? Ela arriscou a vida para salvar 2.500 crianças e jovens da morte em quase 2 anos em que esteve atuando entre os muros da indiferença alemã e mundial.

Uma atitude individual. Porquê?

Muitas mães e avós eram reticentes na entrega das crianças, algo absolutamente compreensível, mas que viria a se tornar fatal para elas. Algumas vezes, quando Irena ou as suas companheiras voltavam a visitar as famílias para tentar fazê-las mudar de opinião, verificavam que todos tinham sido levados para os campos de concentração e para a morte.

Irena planejou diferentes formas para retirar as crianças, primeiro ela as recolhia como vítimas de tifo em ambulâncias, depois usou sacos de batata, cesto de lixo, caixas de mercadorias, caixões... Ela viveu os tempos da guerra esperando os tempos de paz e fez o que foi possível para que os sobreviventes após o conflito tivessem de volta seus nomes verdadeiros e suas identidades.

Os nazistas decobriram Irena em 1943. Ela foi presa e torturada, somente ela sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou-se a trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. A Gestapo quebrou suas pernas, seus pés, sua honra, mas não conseguiu quebrar sua determinação.

Foi condenada à morte.
Enquanto aguardava a execução um soldado alemão foi buscá-la para mais um interrogatório e ao sairem da cela gritou em polaco "Corra". Pessoas ligadas a Irena conseguiram deter a execução subornando os soldados alemães.

A maioria das famílias das crianças salvas foram mortas nos campos de concentração. As crianças foram cuidadas em diferentes orfanatos e aos poucos foram levadas para Israel e Palestina.

Quando sua foto saiu no jornal por uma premiação humanitária, Irena começou a receber inúmeros telefonemas dos sobreviventes em agradecimento e muitas ações públicas foram programadas.

Irena morreu em 12 de maio de 2008 com 98 anos.
Irena sozinha e por vontade própria salvou 2.500 pessoas da morte certa.
Por quê?

Ela um dia disse:
"A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade". - Irena Sendler

Um comentário:

  1. Que mulher linda a Irena Sendler. Pessoas assim são uma benção para a humanidade.

    Um beijo pra você e muito obrigada pelos desejos de que tudo corra bem com a cirurgia de Flavia.

    Boa semana!

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