quarta-feira, 24 de agosto de 2011

MITRA - O Deus Sol

Era o Deus Persa.
Existem referências à Mitra desde 1.400 anos antes de Cristo.
Ele representava a luz solar, era conhecido como o Sol Vencedor.
Deus do bem, segundo as imagens dos templos e os escassos testemunhos escritos, o deus Mitra nasceu perto de uma fonte sagrada, debaixo de uma árvore sagrada, a partir de uma rocha.

A partir do século II o culto a Mitra era dos mais importantes no Império romano e numerosos santuários foram construídos. A maior parte eram câmaras subterrâneas, com bancos em cada lado, raras vezes eram grutas artificiais.
Quando o catolicismo se tornou a religião oficial em Roma o mitraísmo também perdeu força como as demais religiões do império, mas não deixou de influenciar a nova religião do Estado.

Por exemplo:
Mitra nasceu em 25 de Dezembro
Tem forma humana
Nasceu de uma virgem
Teve 12 discípulos tendo inclusive celebrado uma santa ceia, antes de voltar à casa do pai
Lutou contra as divindades do mal
Foi batizado
Operou milagres
Morreu crucificado e ressucitou no 3º dia
Garantiu a vida eterna a quem se batizasse


Os devotos de Mitra se chamavam de irmãos, acreditavam na salvação universal, faziam uso do batismo, sacralizavam pão, água e vinho, adotavam o domingo como dia santo, criam no juízo final e na ressurreição. A sua iconografia também guarda semelhanças com a dos cristãos, pois fazia nascido entre pastores e promovia milagres como a ressurreição dos mortos. Se tornou tão popular que o filósofo Ernest Renan chegou a afirmar que, se por algum acaso, o Cristianismo tivesse sido freado em sua expansão, o Mundo ocidental seria mitraísta.

Mitra era o protetor dos justos. Um mediador entre os homens e o Ser Supremo e morreu para que todos fossem salvos.  Seus fiéis comemoravam sua ressurreição (como os cristãos comemoram a páscoa) durante cerimônias onde eram proferidas as palavras:
"Aquele que não irá comer o meu corpo e não beber o meu sangue, assim que ele seja em mim e eu nele, não será salvo."

lhe parece familiar?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Vila Montaillou

A Vila de Montaillou ficava onde hoje é o sul da França. Era uma Vila isolada nas montanhas, de gente camponesa muito simples, agricultores e tecelões que viviam em harmonia sem nem um cavalo ou carroça, onde poucos sabiam ler e escrever.

O ano é 1308 e a igreja católia se alto proclama a verdadeira religião, mas as pessoas não abandonam seus costumes e suas crenças. A "heresia" continua e o Papa envia inquisidores para exterminar (sim é esta a palavra), os descrentes.

A Vila inteira foi tomada como prisioneira da inquisição porque eles habitavam e conviviam com apóstolos de uma seita cristã alternativa. Estes apótolos eram andarilhos que não tinham catedrais ou tesouros, eles simplesmente dividiam o pão e confortavam as pessoas que os chamavam de "os homens bons", sua crença era conhecida como catarismo, repetiam antigos conceitos asiáticos de dualismo do bem e do mal. Para eles apenas a obra espiritual era obra de Deus, enquanto o mundo físico restante era obra de Satã (incluindo o trabalho, o sexo, as igrejas etc). Assim eles se contraporam ao cristianismo e por esta razão foram dizimados.
 
Os freis dominicanos foram os inquisidores responsáveis por acabar com os cátaros da França. Fecharam a Vila e buscaram de casa em casa os traidores da igreja. Todos os moradores foram ouvidos, acusados e condenados. Em poucas horas o medo tomou conta da Vila, os hereges foram queimados.
 
A Vila se resumiu à 40 famílias, mas em segredo o catarismo continuava vivo nos sussuros e na memória de suas vitímas. 10 anos depois uma nova inquisição se instalou na Vila, procurando mais uma vez destruir pessoas de bem que não ofereciam nenhum perigo sobre o avanço da religião na Europa. Os penitentes foram condenados à confinamento ou à morte.


** A Inquisição católica durou mais de 600 anos de imposição ortodoxa no mundo inteiro.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A justiça perfeita

«Se um homem achar uma moça virgem não desposada e, pegando nela pela força, deitar-se com ela, e forem apanhados, o homem que se deitou com a moça dará ao pai dela cinquenta siclos de prata, e porquanto a humilhou, ela ficará sendo sua mulher; não a poderá repudiar por todos os seus dias.»
Deuteronômio 22:28-29

Aos que alegarem que esta passagem está «fora do contexto» desafio que expliquem em que contexto é que é justo e razoável forçar uma vítima de violação a casar com o agressor.

É também conveniente lembrar as palavras de Jesus em Mateus: «Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim aboli-la, mas fazê-la cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.»

Visto no: Ateismo.net

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Hipátia

ou Hipácia.
NAscida aproximadamente em 355. Hipátia era filha de Téon, um renomado filósofo, astrônomo, matemático, autor de diversas obras e professor em Alexandria (Egito).
Criada em um ambiente de idéias e filosofia, tinha uma forte ligação com o pai, que lhe transmitiu, além de conhecimentos, a forte paixão pela busca de respostas para o desconhecido. Ela era pagã.
 Era também uma devoradora de conhecimento, gostava de estudar matemática, astronomia, filosofia, religião, poesias (artes em geral). Aos 30 anos ela já era diretora da Academia de Alexandria onde estudou desde muito cedo.

Era inclusive conselheira de matemáticos confusos, com algum problema em especial, escreviam-lhe pedindo uma solução. E ela raramente os desapontava. Obcecada pelo processo de demonstração lógica, quando lhe perguntavam porque jamais se casara, respondia que já era casada com a verdade.

Mas porque ninguém nunca ouviu falar de uma mulher tão notável? Porquê uma mulher que desenvolveu estudos sobre álgebra, que escreveu um tratado sobre este assunto, que inventou o hidrômetro, que era uma "celebridade" na sua comunidade não é conhecida pela sociedade moderna? 

Culpa dos Cristãos!


O reinado de Teodósio marcou o auge de um processo de transformação do Cristianismo, que efetivamente se tornou a religião oficial do estado de Roma. No ano 391, atendendo pedido do então Patriarca de Alexandria, Teófilo autorizou a destruição do Templo de Serápis, um vasto santuário pagão onde eram oferecidos sacrifícios de sangue, segundo os relatos dos historiadores contemporâneos.

E embora a legislação procurasse coibir distúrbios, surtos de violência popular entre cristãos e judeus tornaram-se cada vez mais frequentes em Alexandria, principalmente após a ascensão de Cirilo ao Patriarcado.

E Hipátia pagou com a vida pela intolerância religiosa. 
Numa tarde de março do ano de 415, quando regressava do Museu, Hipátia foi atacada em plena rua por uma turba de cristãos enfurecidos. Ela foi golpeada, desnudada e arrastada pelas ruas da cidade até uma igreja. No interior do templo, foi cruelmente torturada até a morte, tendo o corpo dilacerado por conchas de ostras (ou cacos de cerâmica, segundo outra versão). Depois de morta, o corpo foi lançado a uma fogueira.

E o que Hipátia fez? Que crime cometeu?
Ela era uma pessoa influente e por esta razão ela tinha relações com o prefeito da cidade e por conhecer o prefeito que ordenou a execução de um monge cristão chamado Amónio, ato que enfureceu o bispo Cirilo e seus correlegionários.
O alvo de retaliação para vingar a morte do monge foi Hepátia. Neste período a população de Alexandria era conhecida pelo seu caráter extremamente violento, pois a população vivia um constante conflito entre várias facções cristãs e os pagãos também eram perseguidos sem misericórdia.
Hipátia não foi a única, nem a última, nem a mais famosa. Ela foi apenas mais uma vítima.